domingo, 19 de junho de 2011

MONUMENTO AO CRISTO REDENTOR



          O monumento Cristo Redentor que, do alto do Corcovado, enfeita e protege a cidade, é obra das que mais recomendam a gratidão do país, e a admiração de todo o mundo, o nome glorioso do nosso cardeal arcebispo. Lançada a idéia do arrojado cometimento por um punhado de bons católicos, que queriam ver realizado o sonho do piedoso padre Boss, da congregação da Missão, nem por ser idéia grandiosa, ou precisamente por isto mesmo, teve ela imediata realização.


            Vários anos se passaram, em que o futuro monumento foi apenas recurso de oratória nas produções literárias dos que, por qualquer forma, procuravam arrebatar almas para a fé. Todos achavam que era preciso levantar o monumento, e, neste sentido, não faltavam idéias… Havia mesmo umas poucas dezenas de contos de réis, para esse fim angariadas. Ninguém, entretanto, se atrevia a por mãos a obra, que demandava, aliás, milhares de contos…


            Chega ao Rio, como arcebispo coadjutor, o cardeal Leme. Verifica a situação criada para a Igreja, com a projetada estatua no Corcovado. Compreende, e logo se manifesta ao clero o seu ponto de vista, que não se podia voltar atrás, sem desprimor para a consciência católica. Outras obras havia mais urgentes e necessárias. Sobre todas, porem, se impunha, pelas circunstancias, a construção do monumento ao Cristo Redentor. Tornava-se necessária e inadiável a Obra do Monumento. Começou-se então o trabalho de mais intensa propaganda, seguido da arrecadação de esmolas.


            Dois grandes movimentos foram realizados na arquiocese. E, com auxilio de donativos vindos de outras dioceses, dentro em pouco, estava resolvida a questão financeira da grande Obra, que veio a orçar por mais de 2.500:000$000.


            Em setembro de 1922, no alto do Corcovado, os católicos brasileiros, ali representados pelo eminentíssimo sr. Cardeal Arcoverde, por Dom Sebastião Leme, arcebispo-coadjutor do Rio de Janeiro, por diversos membros do episcopado, núncio apostólico, cabido, clero secular e regular, foi desfraldada uma flâmula com o dístico Salve Redentor, no mesmo lugar onde seria construída a monumental estatua, homenagem do Brasil católico.


            Ao quatro de outubro do mesmo ano houve a benção do rochedo do Corcovado onde seria encravada a estatua, bem como da pedra fundamental do monumento.


Em tempo: O povo Pinhalense associou-se de coração ao nobre projeto de D. LEME, de erguer no Corcovado no Rio de Janeiro, um monumento a Cristo Redentor. O levantamento dessa colossal estatua converteu-se magnificamente em realidade, como se sabe.


Em Pinhal foram organizadas comissões especiais, compostas de distintas Damas da Sociedade local, destinadas a arrecadar fundos ou numerários ou donativos para construção da colossal estatua de granito a ser erguida  no alto da montanha Carioca. Para a quermesse de 1928 Dom Leme ofereceu uma formosa imagem do Cristo redentor, o qual foi também por alto custo arrematada pela Senhora Dona Maria José Vergueiro César, doando-a posteriormente em 05 de novembro de 1942 ao "Museu e Biblioteca Municipal Dr. Abelardo Vergueiro César".


A Construção:


            Antes do projeto definitivo do monumento a Cristo Redentor, no Corcovado, haviam surgidos outros que visavam ao mesmo fim, isto é, uma homenagem dos brasileiros ao Nosso Senhor Jesus Cristo, por ocasião do primeiro centenário da independência nacional. Houve um projeto de uma grande cruz sobre uma esfera. Este no morro de Santo Antonio. O general Pedro Carolino de Almeida, apresentara outro para o Pão de Açúcar: um monumento de bronze. Mas, dominava no espírito do povo aquela visão magnífica do padre Boss, lazarista, quando, em 1903, exclamava: O Corcovado! Lá se ergue o gigante de pedra, alcantilado, altaneiro e triste, como interrogando o horizonte imenso – Quando virá? Há tanto séculos espero! Sim, aqui está o Pedestal único no mundo. Quando vem a estatua, como eu, colossal imagem de quem me fez?




            Constituída a comissão central do monumento, só a 3 de maio de 1921, em sua terceira sessão, resolvera que o monumento seria no Corcovado. Depois disto apresentaram projetos o Dr. Morales dos Rios e o Dr. Heitor da Silva Costa, prevalecendo o deste ultimo. Discutido como deveria ser a estatua de Cristo, ficou resolvida a forma de cruz, de braços abertos num imenso amplexo à humanidade sofredora: Vinde a mim vós todos que sofreis, vós todos que tendes fome e sede de justiça, porque Eu vos aliviarei.


            Estava decidida a partida do Dr. Silva Costa para a Europa, a fim de fazer a maquete do monumento. Formou-se, então, a seguinte comissão executiva: presidente efetivo, Dom Sebastião Leme, arcebispo coadjutor; 1º vice-presidente, mons. Gonzaga do Carmo; 2o dito, senador Almirante Índio do Brasil; 1o secretario, dr. João Lopes Martins; 2o dito, sr. João Peixoto Fortuna; 1o tesoureiro, cel. Américo de A. Guimarães; 2o dito, Felix Mascarenhas. Vogaes: cônego Francisco de Almeida, cônego dr.Francisco Mac Dowell, dr. Heitor da Silva Costa e comendador Antonio Dias Garcia.


            O dr. Silva costa, vitorioso em sua honrosa missão, assim se expressa: Não poderei fazer uma exposição completa dos longos estudos iniciados aqui e concluídos em Paris, onde fui encontrar no estatuário Landowski, o artista incomparável que soube dar tão perfeito desempenho a parte da escultura do monumento. Apenas direi que, começados os trabalhos de escultura do modelo de gesso em 1924, só ficaram concluídos no fim do ano de 1927.


            Inauguração:


            A 12 de outubro de 1931 inaugurou-se o monumento. Foi cunhada uma medalha comemorativa com o diâmetro de 40 m/m, sendo três exemplares em ouro, duzentos em prata e mil em bronze. Os três exemplares de ouro foram destinados a s.s. o Papa Pio XI, a s. excia. Dr. Getulio Vargas, chefe do governo provisório e a s. em. o Cardeal legado, Dom Sebastião Leme.


            Para a inauguração, foram realizadas duas semanas de festas, as semanas paroquiais e a semana nacional do Cristo Redentor. As primeiras, desde 27 de setembro até 4 de outubro, e a semana nacional, desde 4 até 12 de outubro, data da inauguração. Valeram as semanas pro monumento pela melhor missão que se poderia pregar ao povo.


            Obra feita de tanto sacrifício generoso, e inaugurada com as mais inequívocas manifestações da nossa fé, a estatua de Cristo Redentor lá está no alto do Corcovado a atestar ao Brasil, e ao mundo, a vocação espiritual da nossa gente, e a extraordinária capacidade do eminente cardeal Dom Sebastião Leme para a realização de empreendimentos grandiosos, por Deus e pela Santa Igreja.


           Cristo Impera – e o Seu império é o império da paz, do amor, da misericórdia e do perdão. Aqui na terra enluarada pela visão branca do cristo, não há vencedores nem vencidos. Somos todos irmãos, folhos da mesma pátria, membros da mesma família. Ao gesto amoroso de Cristo que abre os braços acolhedores a todos os brasileiros, sem distinção de classes e de crenças, deve responder o gesto patriótico do amplexo fraternal de todos os filhos e habitantes desta terra bendita. Que sob o olhar divino de Cristo estale o Brasil o beijo meigo da paz!


            Cristo vence! E porque esta terra é sua, ela nunca será vencida pelo estrangeiro invasor, nem retalha pela guerra civil.


            Cristo reina! E deste reino nunca será desterrada a cruz da sua e de nossa bandeira. Já hoje seria preciso um cataclisma para fazer desmoronar a montanha escarpada que transformamos em trono perpétuo do Redentor. Seria preciso calcinar o granito do Corcovado dos nossos corações.


            Seremos o doce império em que não há lugar para tiranias. Nem a tirania de capitalismos vorazes. Nem a tirania de  demagogismos sangrentos. Nem a tirania dos potentados. Nem a tirania do povo.


            Christus vincit, Christo regnat, Christo imperat, et brasiliam suam ab omni malo defendat!


            Cristo vence, Cristo reina, Cristo impera, e contra todos os males defenda o Seu Brasil.




(Cardeal Leme, como legado do Papa, finalizando o seu discurso proferido no encerramento do Congresso).


Fonte: proerdpinhal

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