terça-feira, 28 de junho de 2011

A face do movimento gay

A face do movimento gay

Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Disse Jesus aos seus discípulos, como a toda humanidade. De fato, não há mandamento mais sublime e belo e, certamente, mais apropriado a todo e qualquer homem e mulher. Grande graça que essa orientação chegue à consciência de todos, e sobremaneira, aos corações. 

É, todavia, uma lástima desmedida, que em sinal de imensurável ignorância e, pior, afronta covarde, possa-se furtar à frase saída dos lábios de Nosso Senhor a interpretação autêntica, justa e inevitável.

Fato ocorrido no domingo, dia 26 de junho, na famigerada parada do ‘orgulho gay’(?) em São Paulo, em que imagens de santos católicos seminus e erotizados foram hasteadas em postes públicos no caminho da marcha. 

Apropriando-se de símbolos cristãos de profundo respeito e reverência e sob o pretexto de “amai-vos uns aos outros” (do próprio Cristo), realizou-se um descarado ato de afronta não só aos cristãos e à fé cristã, mas à ética, à moral e à racionalidade que possa ter um ser humano. 

Se se fala em amor, só por muita estupidez pode-se ignorar que amar implica necessariamente o respeito. Onde pode haver respeito por parte dos organizadores do evento com tão explícito interesse em ferir os princípios mais sagrados e basilares da fé de uma Nação? E isso justamente de quem tem reclamado e reivindicado o direito básico de respeito ao ser humano. Não é no mínimo incoerente que quem reclama respeito a si não se preocupe em respeitar os outros? É uma questão tão primária que até uma criança pequena conseguiria entender.

Isso indica que não se reclama, em verdade, o respeito, posto que não se acredita nele dentro desses movimentos. Talvez sob a bandeira de reivindicação do respeito ao ser humano se reivindique privilégios escusos; e a manifestação de ontem nos dá indícios disso.

A dimensão do desrespeito vai além na irracional e incivilizada  atitude observada: é com uma lógica inevitável, irrefutável, puro e claro PRECONCEITO, DISCRIMINAÇÃO, AGRESSÃO GRATUITA, VIOLAÇÃO da LIBERDADE: e por parte de quem? Ora, justamente de quem tem feito grande estardalhaço presumivelmente contra essas execráveis práticas. Será que esse estardalhaço é realmente de acordo com alegado interesse? Ou se propõe a entorpecer a opinião pública para obtenção de privilégios? 

A frase usada como lema na 15ª parada gay, como acima mencionamos, foi além de inapropriadamente utilizada e teve retirada sua parte complementar em que Jesus nos diz: “como eu vos amei”. É evidente que não havia interesse no Cristo e em seus ensinamentos. A parte complementar que foi retirada é de fundamental importância, pois é ela que vai nos indicar a forma como devemos amar. Cristo foi verdadeiramente Homem e manteve e reafirmou os mandamentos que seu Pai, Deus, ensinou aos homens (decálogo – vide 6º mandamento, não pecar contra a castidade), realçou o reconhecimento da lei natural em que homem e mulher se unem como partícipes na obra da criação e da vida. Em perfeito Amor não deixou de censurar, refutar e corrigir aos que estavam no erro. Às vezes energicamente, por amor. Pois, por tanto amar-nos, se fez homem como nós para não permitir que nos escravizássemos pelos prazeres do pecado. Propôs-nos a verdadeira satisfação em contraposição ao egoísmo do gozo efêmero: propôs-nos o amor que não se acaba.

A Igreja, perita em humanidade, fiel aos ensinamentos basilares de seu fundador, tem mantido um diálogo sempre caridoso com todas as pessoas, mas tem sido, também, firme ao condenar e corrigir os erros. Portanto, ela não pode calar-se quando o que se ofende e se discrimina são os valores e símbolos cristãos, sob risco de apoiar o erro e a ignorância!

A face do movimento gay foi demonstrada. Agora falta a nossa resposta!

Os Sentinelas de Cristo

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Mensagem do Beato João Paulo II na Inauguração da iluminação do Cristo Rei Redentor

MENSAGEM DO PAPA JOÃO PAULO II
POR OCASIÃO DA ILUMINAÇÃO DA ESTÁTUA DO 
CRISTO REDENTOR NO CORCOVADO


Castel Gandolfo, 12 de Outubro de 1981

[De Castel Gandolfo o Santo Padre repetiu o gesto realizado cinqüenta anos antes por Guglielmo Marconi que via rádio acionou, de Roma, a iluminação da estátua de Cristo sobre o Corcovado no Rio de Janeiro. O Santo Padre se dirige assim ao povo brasileiro e a todos telespectadores]

Queridos Irmãos do Brasil

Com muito prazer aceitei o convite, gentilmente formulado pela “Fundação Guilherme Marconi” e pela “Marconi International Fellowship” de pressionar o botão para acender, por via rádio, as luzes que agora admiramos, iluminando a grandiosa e querida estátua do Cristo Redentor, erguida há cinquenta anos no Corcovado. Naquela ocasião, sempre em Roma, foi Marconi mesmo a fazê-lo; o genial inventor que em fevereiro do mesmo 1931 havia apresentado ao meu grande predecessor Pio XI a Estação da Rádio Vaticana, para cuja instalação ele mesmo havia dirigido os trabalhos. E Pio XI reconhecia neste gesto de acender, via rádio, “ uma nova maravilha da ciência ”, que permitia iluminar, de longe, a Sagrada Imagem do Senhor e de fazê-la aparecer “ como uma visão celeste de esplêndida claridade nas sombras da noite ”.

Eu desejo ver neste acontecimento festivo, que se realiza no contexto da entrega solene do sétimo “ Marconi International Fellowship ” ao Professor Seymour A. Papert, uma homenagem da ciência à fé, homenagem da capacidade humana de penetrar os segredos das forças da natureza e de as dominar, à fé fundada na Revelação do Verbo Encarnado, que ilumina todo homem que vem ao mundo sobre o sentido da vida, sobre o último significado das vicissitudes terrenas de cada pessoa e de toda a História: “ na tua luz vemos a Luz ”.

Quantos e que enormes progressos se realizaram nestes cinquenta anos, desde as pesquisas científicas e tecnológicas, mesmo no campo das telecomunicações. Assim o que então parecia quase milagroso, hoje aparece corriqueiro.

Os meus cordiais votos são no sentido de que estes progressos, mediante os quais o homem, feito a imagem de Deus, reflete a própria ação do Criador do Universo e cumpre o mandato de subjugar e dominar a terra (cf. João Paulo II, Laborem Exercens, 4: p 160ss), se orientem para o serviço exclusivo do homem, de cuja dignidade é garantia Cristo Redentor do homem, no seu significado mais profundo, e contribuam para a compreensão, para o entendimento e para a solidariedade entre os povos.

É este o augúrio que, com satisfação, dirijo ao ilustre Pesquisador, a quem, nesta ocasião, se confere o sétimo “ Marconi International Fellowship ”, incluindo nele os nobres pesquisadores que foram distinguidos com o Prêmio nos anos passados e todos aqueles que, neste momento, participam do solene ato.

Marconi em 12 de outubro de 1931 se
preparando para acender as luzes do Cristo
Redentor direto da Itália. 
Recordando, além disto, a visita que tive a felicidade de fazer ao Corcovado, em julho do ano passado, tenho a prazer de abraçar espiritualmente, com grande afeto, como a prolongar o gesto de Cristo do Corcovado, toda a generosa terra brasileira, com todos os seus queridos habitantes; agradecer-lhes, mais uma vez, a acolhida tão calorosa que me concederam e repetir-lhes que guardo a todos e a cada um dentro de meu coração, com suas alegrias e sofrimentos, preocupações e justas aspirações: “ Que este momento de encontro e de encanto – dizia então e repito agora – perdure em nossos corações e em nossa memória e se transforme, para todos, em fonte de paz e de graça: ricos e pobres, fortes e fracos e, de modo especial, para “os mais pequeninos”, que sofrem no corpo e no espírito ”.

A todos aqueles que organizaram este encontro sobre as vias do éter, às autoridades e personalidades do mundo científico que participam da entrega do Prêmio Marconi, a toda a nação brasileira e a todos os que nos ouvem, através da rádio e da televisão, minha paterna, afetuosa Bênção, em nome do Cristo Redentor e da Mãe de nossa confiança, Nossa Senhora Aparecida.


Fonte: Santa Sé

Discurso do Beato João Paulo II em sua visita ao Cristo Rei Redentor

DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II
POR OCASIÃO DA VISITA À ESTÁTUA
DO CRISTO REDENTOR NO MORRO DO CORCOVADO


Rio de Janeiro, 2 de Julho de 1980

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

1. Cristo! De que outro lugar, no Brasil e fora dele, fazer ecoar este Nome – o único que nos pode salvar (cf. At 4,12) – e que tem um particular direito de cidadania na história do homem e da humanidade (Redemptor Hominis, n. 10) melhor do que do alto deste imenso penhasco feito altar, entre maravilhas naturais, criadas por Ele, o Verbo de Deus (cf. Jo 1,3), bem no coração do Rio de Janeiro. Aqui a estátua que há precisamente 50 anos todo um Povo quis erguer no cimo do pedestal natural se fez a um tempo símbolo, apelo e convite.

Redentor! Os braços abertos, abraçam a cidade aos seus pés! Feita de luz e cor e, ao mesmo tempo, de sombras e escuridão, a cidade é vide e alegria mas é também uma teia de aflições e sofrimentos, de violência e desamor, de ódio, de mal e de pecado. Radiosa á luz do sol, silhueta luminosa suspensa no ar à noite, o Redentor, em pregação muda mas eloquente, aqui continua a proclamar que “Deus é luz”(1Jo 1,7), “é amor” (1Jo 1,7). Um amor maior do que o pecado, do que a fraqueza e do que a “caducidade do que foi criado”(cf. Rm 8, 20), mais forte do que a morte (Redemptor Hominis, n. 9).

2. Sim, no cume destes montes não há quem não possa contemplar a sua imagem, em atitude de acolher e abraçar, e imaginá-lo como é, sempre disposto ao encontro com o homem, desejoso de que o homem venha ao seu encontro. Ora, esta é a única finalidade que a Igreja – e com ela o Papa neste momento – tem diante dos olhos e no coração: que cada homem possa encontrar Cristo, a fim de que Cristo possa percorrer com cada homem os caminhos da vida (Redemptor Hominis, n. 13).

Símbolo do amor, apelo à reconciliação e convite à fraternidade, Cristo Redentor aqui proclama continuamente a força da verdade sobre o homem e sobre o mundo, da verdade contida no mistério da sua Encarnação e Redenção (cf. Ibid, n. 13).

Nesta hora, iluminados pelo olhar de Cristo, os olhos do Papa se dirigem a cada habitante desta metrópole e a voz do Papa, simples eco e ressonância da voz de Cristo, quereria falar, de coração a coração, com todos e cada um: quereria, como uma breve visita, chegar a cada lar e também junto àqueles que não o possuem; aos locais de encontro e aos locais de trabalho, aonde há alegria mas também aonde há dor, especialmente aonde se sofre e pena: hospitais, penitenciárias, ruas dos sem-teto, sem-pão e sem-amor...

3. Com esta breve visita, o Papa com Cristo, gostaria de confortar, infundir esperança e animar a todos, sem esquecer ninguém: crianças, jovens, pais e mães de família, anciãos, doentes, detentos, desalentados e angustiados. Para todos desejaria ser portador de confiança, de amor e de paz. É esse o sentido e a intenção da bênção sobre a cidade e sobre todos os seus habitantes, que darei a seguir, em nome de Cristo Redentor, Redentor do homem na plenitude da verdade.

Antes, porém, para confirmar uma amizade, melhor, para afirmar uma fraternidade – porque Deus cuida paternalmente de todos e quer que os homens constituam todos uma só família inumana – convidaria a rezarmos juntos a oração que Cristo Redentor nos ensinou. Dirijo este convite a todos, onde quer que estejam: na rua, no lar, no automóvel, no local de trabalho ou de encontro, no hospital, no presídio... A toda a cidade convido a rezar comigo:
"Pai nosso, que estais no céu, / santificado seja o vosso nome; / venha a nos o vosso reino; / seja feita a vossa vontade / assim na terra como no céu. / O pão nosso de cada dia nos dai hoje; / perdoai-nos as nossas ofensas, / assim como nós perdoamos / a quem nos tem ofendido; / e não nos deixeis cair em tentação; / mas livrai-nos do mal. / Amém!"
E que este momento de encontro e de encantamento perdure em nossos corações e em nossa memória, e se torne para todos fonte de paz e de graça: ricos e pobres, fracos e poderosos e, de modo especial para os “mais pequeninos”, que sofrem no corpo ou na alma. Com o valioso auxílio da Mãe de nossa confiança, Nossa Senhora Aparecida.

© Copyright 1980 - Libreria Editrice Vaticana

Fonte: Santa Sé

domingo, 19 de junho de 2011

Que esta imagem seja símbolo do vosso domínio sobre nós

O 12 de outubro de 1931, durante a inauguração do monumento do Cristo Redentor na montanha do Corcovado, o cardeal Dom Sebastião Leme da Silveira Cintra, arcebispo de Rio de Janeiro, realizou -de joelhos a solenidade de consagração do Brasil a Cristo Rei.

Estavam presentes, o presidente da República, Getúlio Vargas, quarenta e cincos bispos de todo o país, e alguns leigos.

A estátua foi identificada desde o início como expressão do mistério do Sagrado Coração, Redentor e Rei. A consagração, que é sínteses disto, foi composta pela madre Maria José de Jesus, priora do Convento de Santa Teresa, a pedido pontual do cardeal Leme. Eis o texto.

“Senhor Jesus, Redentor nosso, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, que sois para o mundo fonte de luz, de paz, de progresso e de felicidade, Salvador que nos remistes com o sacrifício de Vossa vida, eis a vossos pés representado o Brasil, a Terra de Santa Cruz, que se consagra solenemente a vosso Coração sacratíssimo e vos reconhece para sempre seu Rei e Senhor.

"Vós escolhestes no céu brasileiro a vossa cruz, de onde jamais poderá ser apagada. O Rei e Senhor Jesus reina sobre nossa Pátria. Queremos que o Brasil viva e prospere sob os vossos olhares. Queremos que o vosso povo seja sempre iluminado pela verdade de vosso Evangelho.

"Reina, ó Cristo Rei!
"Reina, ó Cristo Redentor!

"Ser brasileiro significa crer em Jesus Cristo, amar a Jesus Cristo, e esta sagrada imagem seja o símbolo do vosso domínio, de vosso amparo, da vossa predileção, da vossa bênção que paira sobre o Brasil e sobre todos os brasileiros.

Amém".

MADRE MARIA JOSÉ DE JESUS, Oração de Consagração do Brasil a Cristo, Rio de Janeiro, 1931. Tirada do jornal Staffetta Riograndense, de Caxias do Sul, 21 de outubro de 1931, página 1.
*
Cartão postal da inauguração do Christo Redemptor, autor anônimo, 1931, Río de Janeiro.

Fonte: NUEC 

MONUMENTO AO CRISTO REDENTOR



          O monumento Cristo Redentor que, do alto do Corcovado, enfeita e protege a cidade, é obra das que mais recomendam a gratidão do país, e a admiração de todo o mundo, o nome glorioso do nosso cardeal arcebispo. Lançada a idéia do arrojado cometimento por um punhado de bons católicos, que queriam ver realizado o sonho do piedoso padre Boss, da congregação da Missão, nem por ser idéia grandiosa, ou precisamente por isto mesmo, teve ela imediata realização.


            Vários anos se passaram, em que o futuro monumento foi apenas recurso de oratória nas produções literárias dos que, por qualquer forma, procuravam arrebatar almas para a fé. Todos achavam que era preciso levantar o monumento, e, neste sentido, não faltavam idéias… Havia mesmo umas poucas dezenas de contos de réis, para esse fim angariadas. Ninguém, entretanto, se atrevia a por mãos a obra, que demandava, aliás, milhares de contos…


            Chega ao Rio, como arcebispo coadjutor, o cardeal Leme. Verifica a situação criada para a Igreja, com a projetada estatua no Corcovado. Compreende, e logo se manifesta ao clero o seu ponto de vista, que não se podia voltar atrás, sem desprimor para a consciência católica. Outras obras havia mais urgentes e necessárias. Sobre todas, porem, se impunha, pelas circunstancias, a construção do monumento ao Cristo Redentor. Tornava-se necessária e inadiável a Obra do Monumento. Começou-se então o trabalho de mais intensa propaganda, seguido da arrecadação de esmolas.


            Dois grandes movimentos foram realizados na arquiocese. E, com auxilio de donativos vindos de outras dioceses, dentro em pouco, estava resolvida a questão financeira da grande Obra, que veio a orçar por mais de 2.500:000$000.


            Em setembro de 1922, no alto do Corcovado, os católicos brasileiros, ali representados pelo eminentíssimo sr. Cardeal Arcoverde, por Dom Sebastião Leme, arcebispo-coadjutor do Rio de Janeiro, por diversos membros do episcopado, núncio apostólico, cabido, clero secular e regular, foi desfraldada uma flâmula com o dístico Salve Redentor, no mesmo lugar onde seria construída a monumental estatua, homenagem do Brasil católico.


            Ao quatro de outubro do mesmo ano houve a benção do rochedo do Corcovado onde seria encravada a estatua, bem como da pedra fundamental do monumento.


Em tempo: O povo Pinhalense associou-se de coração ao nobre projeto de D. LEME, de erguer no Corcovado no Rio de Janeiro, um monumento a Cristo Redentor. O levantamento dessa colossal estatua converteu-se magnificamente em realidade, como se sabe.


Em Pinhal foram organizadas comissões especiais, compostas de distintas Damas da Sociedade local, destinadas a arrecadar fundos ou numerários ou donativos para construção da colossal estatua de granito a ser erguida  no alto da montanha Carioca. Para a quermesse de 1928 Dom Leme ofereceu uma formosa imagem do Cristo redentor, o qual foi também por alto custo arrematada pela Senhora Dona Maria José Vergueiro César, doando-a posteriormente em 05 de novembro de 1942 ao "Museu e Biblioteca Municipal Dr. Abelardo Vergueiro César".


A Construção:


            Antes do projeto definitivo do monumento a Cristo Redentor, no Corcovado, haviam surgidos outros que visavam ao mesmo fim, isto é, uma homenagem dos brasileiros ao Nosso Senhor Jesus Cristo, por ocasião do primeiro centenário da independência nacional. Houve um projeto de uma grande cruz sobre uma esfera. Este no morro de Santo Antonio. O general Pedro Carolino de Almeida, apresentara outro para o Pão de Açúcar: um monumento de bronze. Mas, dominava no espírito do povo aquela visão magnífica do padre Boss, lazarista, quando, em 1903, exclamava: O Corcovado! Lá se ergue o gigante de pedra, alcantilado, altaneiro e triste, como interrogando o horizonte imenso – Quando virá? Há tanto séculos espero! Sim, aqui está o Pedestal único no mundo. Quando vem a estatua, como eu, colossal imagem de quem me fez?




            Constituída a comissão central do monumento, só a 3 de maio de 1921, em sua terceira sessão, resolvera que o monumento seria no Corcovado. Depois disto apresentaram projetos o Dr. Morales dos Rios e o Dr. Heitor da Silva Costa, prevalecendo o deste ultimo. Discutido como deveria ser a estatua de Cristo, ficou resolvida a forma de cruz, de braços abertos num imenso amplexo à humanidade sofredora: Vinde a mim vós todos que sofreis, vós todos que tendes fome e sede de justiça, porque Eu vos aliviarei.


            Estava decidida a partida do Dr. Silva Costa para a Europa, a fim de fazer a maquete do monumento. Formou-se, então, a seguinte comissão executiva: presidente efetivo, Dom Sebastião Leme, arcebispo coadjutor; 1º vice-presidente, mons. Gonzaga do Carmo; 2o dito, senador Almirante Índio do Brasil; 1o secretario, dr. João Lopes Martins; 2o dito, sr. João Peixoto Fortuna; 1o tesoureiro, cel. Américo de A. Guimarães; 2o dito, Felix Mascarenhas. Vogaes: cônego Francisco de Almeida, cônego dr.Francisco Mac Dowell, dr. Heitor da Silva Costa e comendador Antonio Dias Garcia.


            O dr. Silva costa, vitorioso em sua honrosa missão, assim se expressa: Não poderei fazer uma exposição completa dos longos estudos iniciados aqui e concluídos em Paris, onde fui encontrar no estatuário Landowski, o artista incomparável que soube dar tão perfeito desempenho a parte da escultura do monumento. Apenas direi que, começados os trabalhos de escultura do modelo de gesso em 1924, só ficaram concluídos no fim do ano de 1927.


            Inauguração:


            A 12 de outubro de 1931 inaugurou-se o monumento. Foi cunhada uma medalha comemorativa com o diâmetro de 40 m/m, sendo três exemplares em ouro, duzentos em prata e mil em bronze. Os três exemplares de ouro foram destinados a s.s. o Papa Pio XI, a s. excia. Dr. Getulio Vargas, chefe do governo provisório e a s. em. o Cardeal legado, Dom Sebastião Leme.


            Para a inauguração, foram realizadas duas semanas de festas, as semanas paroquiais e a semana nacional do Cristo Redentor. As primeiras, desde 27 de setembro até 4 de outubro, e a semana nacional, desde 4 até 12 de outubro, data da inauguração. Valeram as semanas pro monumento pela melhor missão que se poderia pregar ao povo.


            Obra feita de tanto sacrifício generoso, e inaugurada com as mais inequívocas manifestações da nossa fé, a estatua de Cristo Redentor lá está no alto do Corcovado a atestar ao Brasil, e ao mundo, a vocação espiritual da nossa gente, e a extraordinária capacidade do eminente cardeal Dom Sebastião Leme para a realização de empreendimentos grandiosos, por Deus e pela Santa Igreja.


           Cristo Impera – e o Seu império é o império da paz, do amor, da misericórdia e do perdão. Aqui na terra enluarada pela visão branca do cristo, não há vencedores nem vencidos. Somos todos irmãos, folhos da mesma pátria, membros da mesma família. Ao gesto amoroso de Cristo que abre os braços acolhedores a todos os brasileiros, sem distinção de classes e de crenças, deve responder o gesto patriótico do amplexo fraternal de todos os filhos e habitantes desta terra bendita. Que sob o olhar divino de Cristo estale o Brasil o beijo meigo da paz!


            Cristo vence! E porque esta terra é sua, ela nunca será vencida pelo estrangeiro invasor, nem retalha pela guerra civil.


            Cristo reina! E deste reino nunca será desterrada a cruz da sua e de nossa bandeira. Já hoje seria preciso um cataclisma para fazer desmoronar a montanha escarpada que transformamos em trono perpétuo do Redentor. Seria preciso calcinar o granito do Corcovado dos nossos corações.


            Seremos o doce império em que não há lugar para tiranias. Nem a tirania de capitalismos vorazes. Nem a tirania de  demagogismos sangrentos. Nem a tirania dos potentados. Nem a tirania do povo.


            Christus vincit, Christo regnat, Christo imperat, et brasiliam suam ab omni malo defendat!


            Cristo vence, Cristo reina, Cristo impera, e contra todos os males defenda o Seu Brasil.




(Cardeal Leme, como legado do Papa, finalizando o seu discurso proferido no encerramento do Congresso).


Fonte: proerdpinhal

terça-feira, 7 de junho de 2011

Para os jovens!



Para os jovens!
  
(Autoria de Anacleto González Flores.
 Editoriales de la palabra,
17 de novembro de 1918) 

Que a juventude é a força, a energia mais poderosa da humanidade, é coisa que salta a vista e brilha diante de nós com evidência claríssima, e que por isto pesa sobre os jovens uma responsabilidade imensa, é uma verdade que só se atreverão a negar os que jamais tiveram nem sequer uma remota idéia da nobreza incomparável da missão da juventude. Praticamente se há chegado a crer que nessa idade em que treme o coração agitado pelas veemências enlouquecedoras que se despertam em nossa alma quando tudo é ritmo, canção, harmonia, sorriso, horizonte azul carregado de esperança, que voam desordenadas todas as ilusões, se há chegado a crer que então devemos dobrar o joelho, inclinar a cabeça diante do superficial, diante de tantos sonhos que rapidamente se esvaem, diante de tantas e tantas quimeras que depois de realizar sua marcha triunfal por nosso coração, se pia para deixar-nos mudos, desnorteados e entristecidos.

E se há chegado a pensar que as coisas austeras, graves e santas, são dignas só da velhice que já experimentaram os desenganos da existência e da força física, e é a época em que contra nosso desejo começamos a ver o lado sério da vida. Tudo isto há sido e é uma grande aberração, um erro imperdoável, uma das causas dos esquecimentos que tem arruinado os povos. Em todos os instantes do tempo, a vida individual e coletiva tem tido necessidade de grande e forte poder, de uma força que mantenha inquebrantável e firme o equilíbrio, que contenha o desdobramento das tendências demolidoras e canalize vigor indomável todas as energias e as empunhe até a verdade, até o bem, até Deus, que é a ordem eterna, a harmonia absoluta.
Veja bem, esse poder não o chamamos na velhice que é a impotência do músculo devorado pelo cansaço; não o encontramos nas crianças, fase que começa a despertar a luta, mas sim na juventude, onda que se choca para golpear a rocha endurecida, torrente que rompe o leito e transborda sobre planícies, tormenta em meio a trovões que tudo obscurece, tempestade que humilha e sopra impetuosamente sobre a frente altiva e orgulhosa das montanhas, paixão capaz de todos os sacrifícios e de todas as dores, braço, nervo, músculo forte que pode derrubar ou levantar de um só golpe as construções mais fortes e sólidas, que é, ainda quando incorremos em uma repetição, corrente de energias vivas da humanidade.
Esta força titânica, ímpeto de força, músculo gigante, não há prestado seu apoio a realização dos sistemas salvadores nem há influído como deveria nos movimentos transcendentais, todo tem sido arrebatado pelas loucuras do furação desordenado e tem sido impossível construir algo sólido. Já é tempo de que a juventude, que até agora tem vivido uma vida trunca, mutilada, dolorosamente mutilada, porque não tem reconhecido sua missão, porque não tem querido assumir sua responsabilidade, se detenha um instante na metade do caminho, lance seus olhos no futuro e medite seriamente que no momento atual a humanidade busca energias para se reconstruir.

E por isso da aridez dos campos entristecidos, das planícies embranquecidas com os ossos dispersos dos guerreiros vencidos, das oficinas enegrecidas do lugar ameaçado pela ruína, da boca dos oprimidos, dos lábios da pátria escarnecida e dos sentimentos maternais e sagrados da Igreja caluniada e perseguida, brota um grito que ao passar sobre a humanidade, faz ouvir uma ressonância que é canto de guerra, vibração que flutua acima dos cumes, estrofe que desperta entusiasmos, ritmo sonoro que redime e encoraja, hino que chama a luta, e arrasta a todos os combatentes, que treme, e se agita em torno da juventude com sacudidos do “Deus assim o quer” dos cruzados e que faz vibrar poderosamente esta palavra de esperança: sursum corda (Levantemos o coração!).

-----
Transcrito e traduzido do livro:
FLORES, Anacleto González. Obras de Anacleto González Flores. Guadalajara: Ayuntamiento de Guadalajara, 2005. p. 571-573.